critica
Angelina Jolie brilha, mas reinvenção do conto de fadas não a acompanha
Por Natália Bridi
29 de Maio de 2014
Malévola foi concebida como a “senhora de todo o mal” e, desde 1959, reinava como a mais cruel e poderosa das vilãs da Disney. Em 2010, porém, o estúdio decidiu destituir a personagem do seu posto. Seu nome podia evocar a crueldade daquela que, por despeito, condenara uma bela princesa ao sono eterno, mas sua verdadeira história não era assim tão maniqueísta.
Para transformar a antagonista em heroína, contrataram Linda Woolverton, responsável pelos roteiros de A Bela e a Fera, O Rei Leão e do Alice no País das Maravilhas. Robert Stromberg, mais conhecido por seu trabalho como designer de produção em Avatar, Alice no País das Maravilhas e em Oz: Mágico e Poderoso, faria sua estreia na direção, assumindo o posto recusado por Tim Burton, David Yates e David O. Russell.
O nome essencial para a criação da nova Malévola, entretanto, foi Angelina Jolie. A atriz, citada já nos primeiros estágios do projeto, assumiu sobre seus ombros o peso da produção, cuidando pessoalmente de cada detalhe da sua personagem. Sua encarnação é precisa. Honra o filme original, acertando o tom malicioso da dublagem deEleanor Audley, e é tão elegante quanto os traços definidos pelo animador Marc Davis. Ainda assim, sua Malévola não é um cosplay requintado. Jolie domina cada fala, se diverte, criando um trabalho único. É uma pena, então, que o seu esforço não encontre um filme à altura.
Logo nos minutos iniciais, Stromberg apresenta o espalhafatoso reino dos Moors. Um mundo que, apesar da natureza exuberante, é habitado por criaturas em computação gráfica sem carisma. Malévola, então uma garotinha (Isobelle Molloy), protege a floresta encantada da inveja dos homens. Aqui, a personagem troca o maligno preto por tons terrosos e seus já conhecidos chifres são acompanhados por asas. A história da fada-anjo se transforma quando ela conhece Stefan (Michael Higginsna