OFERTA E DEMANDA
(1995) analisam as trajetórias das taxas de desemprego em vários países da OCDE 26
(Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), separadamente para trabalhadores qualificados e não-qualificados. Na maioria desses países, o desemprego para os menos qualificados não só era inicialmente maior do que para os qualificados7
, como também aumentou relativamente mais ao longo das décadas de setenta e oitenta. A tabela 1 mostra as trajetórias das taxas de desemprego de trabalhadores qualificados e não-qualificados para vários países da
OCDE. Nota-se que em todos os países o desemprego aumentou para os dois grupos educacionais, mas esses aumentos foram mais intensos para os nãoqualificados.
Esse fato também é atribuído por Nickell e Bell (1995) à queda na demanda relativa por trabalho não-qualificado. Nickell e Bell (1995) dividem os países da OCDE em 2 grupos com relação às características do aumento do desemprego. Em alguns países, praticamente todo o aumento do desemprego se concentrou nos não-qualificados, enquanto em outros, também ocorreram aumentos significativos do desemprego para os mais qualificados. No primeiro grupo, composto por Estados Unidos,
Japão, Suécia e Noruega, os aumentos da taxa de desemprego total, entre meados da década de setenta e meados ou o final da década de oitenta, foram pequenos
(entre 0,6 e 2,7 pontos percentuais). No segundo grupo, em que estão Alemanha,
Holanda, Espanha, Reino Unido e Canadá, os aumentos da taxa de desemprego total foram bem maiores (entre 3,7 e 9,2 pontos percentuais). Para Wood (1995), a expansão do comércio internacional com países em desenvolvimento foi a principal causa da deterioração na situação relativa dos trabalhadores não-qualificados nos países desenvolvidos. De acordo com o argumento de Wood (1995), baseado no modelo de