Critica das Fontes
Como a história não se pode construir sem fontes escritas é através delas que o historiador tenta desvendar parte do passado e construir uma “ciência” o mais exacta possível.
Em face desta realidade, convém lembrar que a construção do conhecimento histórico passou por grandes modificações metodológicas ao longo dos tempos. Uma das correntes historiográficas utilizadas foi o Marxismo, no séc. XIX, baseado num materialismo histórico, em que a razão era um instrumento de apreensão da realidade, outra foi o Positivismo, defendido por Auguste Comte, nos finais do séc. XIX e inícios do séc. XX, que tenta conhecer o passado da humanidade baseando-se em princípios de objectividade e neutralidade, e por fim a grande revolução do conhecimento histórico deu-se com a criação da Escola dos Annales fundada em 1929 pelos historiadores Marc Bloch e Lucién Febvre, em que os horizontes da acção do historiador se ampliaram, bem como o aumento de noção de fonte histórica. Esta escola deixou grandes marcas no conhecimento da historiografia e sem dúvida, continuará a deixar. A última geração desta escola passa por outros grandes nomes da história, tais como Jacques Le Goff, e Georges Duby. Tendo em conta os ensinamentos dos Annales, o historiador, tem que se servir de todo o tipo de vestígios possíveis da actividade humana a que chamamos de fontes históricas. Estas podem ser, documentais, arqueológicas, iconográficas, orais, monumentais, etc. Construir a história com base nestas fontes requer uma tarefa de grande esforço racional, intelectual, e de honestidade por parte do historiador. Deste modo, e atendendo ao excerto apresentado, o historiador nunca deve encarar as fontes como verdades absolutas, mas sim, deve problematiza-las, interroga-las, interpretar as suas respostas, e ao mesmo tempo desconfiar delas, criticando-as, e respeitando sempre o contexto histórico em que estas estão inseridas, e sempre que possível auxiliar-se da interdisciplinaridade. É assim