Crises por fases de idade

Agricultora mata o próprio pai a facadas

A agricultora Severina Maria da Silva, 24, foi absolvida pela Justiça do Maranhão anteontem.
Ela era acusada de ter matado o próprio pai, Severino Pedro de Andrade, de quem sofreu abusos sexuais desde a infância.
Em depoimento prestado na Delegacia Especializada, Severina disse em seu depoimento:
- Eu nunca estudei, nunca tive amiga, nunca arrumei um namorado na vida, nunca saí para ir a uma festa. Até os 24 anos, vivi assim, e foi assim até quando me desliguei do meu pai, no dia em que morreu.
Confusa complementou: A faca pegou no seu pescoço e no joelho. Depois, ele tentou tirar a faca de mim, mas não conseguiu e eu não fui mais dona de mim mesma.
A Promotoria valendo-se dos resultados do Psicodiagnóstico, que através da Psicologia criminal, comprovou que o comportamento criminoso externado por Severina estava relacionado aos abusos sexuais sofridos na infância.
No julgamento a Promotoria, com base no diagnostico psicológico, pediu a absolvição da acusada. O Conselho de Sentença entendeu que a ré, Severina Maria da Silva, agiu motivada pela crise.
O júri popular acatou a tese da defesa, de "inexigibilidade de conduta diversa", ou seja, de que a ré não poderia ser condenada porque foi coagida desde a infância (desde dois ou três anos) e agiu tomada por uma crise (2º crise). A absolvição de Severina encerra mais uma pagina trágica familiar levada a Justiça, por crimes cometidos pela insanidade daqueles que, possivelmente também tomados de crises pretéritas, agem em desatino.
Conclusão:
Como vimos Severina já em idade adulta, julgando-se frustrada, fracassada, perdedora, não conseguia manter relacionamentos, não conseguia identificar o seu real papel como filha, como esposa, como mulher, não consegue atinar qual seja o significado de sua vida.
Portanto, em um determinado momento veio-lhe ao consciente a sedução sofrida na infância, a crise adormecida desperta violentamente e, num ato dramático, Severina mata o