Crises 1929 e 2008
Teodora Cardoso 1 Novembro 2008
As crises não se repetem, mas “rimam”
Uma tese a evitar ou, no mínimo, a ponderar com grande cautela é a de que as crises não se repetem É certo que as crises anteriores foram estudadas e, tanto os responsáveis como os mercados, procuram não repetir os erros antes cometidos Contudo, os enquadramentos também mudaram e é sempre possível cometer erros originais, ao procurar não repetir os anteriores além disso, as ideologias permanecem e a sua influência nas políticas que levam às crises ou que procuram corrigi‐las é muito grande
Os paralelos
Os paralelos mais próximos entre as crises de 1929 e a actual respeitam aos períodos que as antecederam e traduzem‐se no excesso de confiança na capacidade dos bancos centrais para controlar as crises na ideologia – reflectida nas políticas – de que os mercados se autoregulam
Breve cronologia do período que antecedeu as crises
1929: depois dos roaring 20s 2008: depois dos roaring 90s
Sequência da vitória na 1ª guerra mundial, que projectou os Estados Unidos para uma posição dominante no mundo Uma era de rápida inovação tecnológica e financeira: a introdução das vendas a prestações fez explodir o consumo dos bens duradouros recém inventados
Sequência do colapso da URSS: o mundo unipolar, com os Estados Unidos como leader incontestado As novas tecnologias e a inovação financeira fizeram explodir o consumo privado nos Estados Unidos e no Reino Unido A adopção do euro e o alargamento da UE permitiram financiar o aumento do endividamento de muitos países da periferia da Europa
Breve cronologia do período que antecedeu as crises
1929: depois dos roaring 20s 2008: depois dos roaring 90s A “grande moderação” da era Greenspan, iniciada com a crise de 1987, a que se sucederam diversas recessões, pouco profundas (pelo menos nos países desenvolvidos) Enorme confiança na capacidade dos