Crise na saúde pública
A crise na saúde pública do Brasil deve ser considerada sob três aspectos básicos: a deficiência na estrutura física, a falta de disponibilidade de material-equipamento-medicamentos e a carência de recursos humanos. As condições das estruturas físicas das Unidades Básicas de Saúde (SUS) e dos hospitais são lamentáveis, pois as mesmas se encontram sem manutenção correta, funcionando muitas vezes em prédios improvisados e inadequados, com instalações elétricas, sanitárias e hidráulicas precárias, colocando inclusive em risco de morte, aqueles que frequentam. As péssimas condições de atendimento à população na Atenção Primária de Saúde, porta de entrada do SUS, também é retratada pela falta de equipamentos médicos, mobílias, exame laboratoriais e até mesmo de medicamentos básicos para diabetes, hipertensão, vermífugos ou antibióticos. A dificuldade no acesso e a insuficiência dos serviços prestados na Atenção Primária têm contribuído cada vez mais para a superlotação dos hospitais públicos, onde milhares de brasileiros sofrem nas filas, mendigando por uma simples consulta, um exame diagnóstico ou uma cirurgia eletiva. A deficiência no número de leitos obriga os pacientes, na maioria das vezes, a passarem semanas acomodados no chão, em colchões ou em macas, largados nos corredores ou na recepção dos hospitais, à espera de um leito de enfermaria ou de UTI. A situação prejudica não só a dignidade do povo, mas também dos profissionais de saúde que são obrigados a conviverem diariamente com situações tão fortes. A precariedade dessa situação leva ao atraso no diagnóstico de doenças e, consequentemente, uma piora em muitos prognósticos, podendo causar em alguns casos, a própria morte, antes mesmo do atendimento. Na área dos recursos humanos, tome-se como exemplo o Município de Fortaleza, uma das maiores capitais do Brasil, sede da copa em 2014, que em recente visita realizada pela Comissão de Saúde da OAB-CE, acompanhada pelo