Crise dos subprimes de 2008
1.1. ORIGEM DA CRISE
A Crise dos subprimes é uma crise financeira desencadeada em 2006, a partir da quebra de instituições de crédito dos Estados Unidos, que concediam empréstimos hipotecários de alto risco, arrastando vários bancos para uma situação de insolvência e repercutindo fortemente sobre as bolsas de valores de todo o mundo.
Subprimes são créditos bancários de alto risco, que incluem desde empréstimos hipotecários até cartões de créditos e aluguéis de carros, eram concedidos, nos Estados Unidos, a clientes sem comprovação de renda e com histórico ruim de crédito – a chamada clientela subprime. As taxas de juros eram pós-fixadas, isto é, determinadas no momento do pagamento das dívidas. Por esta razão, com a disparada dos juros nos Estados Unidos, muitos mutuários ficaram inadimplentes, isto é, sem condições de pagar as suas dívidas aos bancos.
A crise foi revelada ao público a partir de Fevereiro de 2007, como uma crise financeira, e segundo muitos economistas, a mais grave desde 1929, com possibilidades, portanto, de transformar-se em crise sistêmica, entendida como uma interrupção da cadeia de pagamentos da economia global que tenderia a atingir generalizadamente todos os setores econômicos. O problema que se iniciou com as hipotecas subprime espalhou-se por todas as obrigações com colateral, pôs em perigo as empresas municipais de seguros e resseguros, ameaçou arrasar o mercado de swaps, multitrilionário em dólares. As obrigações dos bancos de investimentos em compras alavancadas se tornaram um passivo. Os hedge-funds, criados para ser supostamente neutros em relação aos mercados, se provaram não tão neutros e tiveram que ser resgatados. O mercado de commercial-papers paralisou-se, e os instrumentos especialmente criados pelos bancos para tirar as hipotecas de seus balanços já não conseguiam mais encontrar fontes externas de financiamento (funding). O golpe final veio quando o mercado de empréstimos