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Nº 44
Entendendo a crise do subprime
Ernani Teixeira Torres Filho1
Economista e superintendente da área de Pesquisas Econômicas
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EUA devem ter desaceleração, mas impacto no
Brasil tende a ser limitado e crescimento pode atingir 5,5%
A crise do subprime foi um dos temas que mais se destacou no cenário econômico internacional de
2007. Ao longo do segundo semestre, os mercados financeiros foram, por duas vezes, surpreendidos por notícias de que as perdas relacionadas com o financiamento de imóveis nos Estados Unidos eram muito elevadas, o que ameaçava a saúde financeira de importantes bancos e fundos de investimento.
Em reação, os investidores se apressaram em desfazer suas posições em créditos hipotecários, chegando a afetar o funcionamento de vários mercados. Alguns fun1 Agradeço o apoio de Marcelo Nascimento e Gilberto
Borça do BNDES e de Marcos Cintra e Maryse Farhi da Unicamp.
dos de investimento tiveram que suspender os resgates de cotas.
Houve uma redução na liquidez dos títulos de curto prazo nos EUA
– os chamados commercial papers.
Na Inglaterra, registrou-se, pela primeira vez em mais de 140 anos, uma corrida contra um dos maiores bancos locais - o Northern
Rock. Nos mercados interbancários, as taxas de juros começaram a subir, mostrando que os grandes bancos estavam receosos de realizar empréstimos de curto prazo entre si. Nesse estágio, os bancos centrais decidiram intervir, injetando liquidez, para evitar que a crise tomasse proporções sistêmicas. No início de dezembro de 2007, as perdas dos mais importantes
Visão do Desenvolvimento é uma publicação da área de Pesquisas Econômicas (APE), do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. As opiniões deste informe são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente o pensamento da administração