MACHADO DE ASSIS E MONTEIRO LOBATO: DOS CONTOS MORAIS ÀS FÁBULAS
Grasielly Lopes - Unesp – Assis
Conhecer Lobato na meninice e Machado na idade adulta é um dos privilégios que a educação deve proporcionar aos brasileiros. Nilce Sant’Anna Martins
1- Machado de Assis e o Jornal das Famílias
Machado de Assis é um escritor bastante aclamado pela crítica, autor de obras consistentes se posiciona, segundo alguns críticos, entre o Romantismo e o Realismo. Segundo Ivan Teixeira (1988) têm-se dois Machados: A obra de Machado de Assis divide-se em duas etapas muito diferentes, embora uma seja complemento da outra: fase de aprendizagem, em que aparecem elementos românticos; fase de maturidade, em que predomina um tipo especial de literatura, a que se pode chamar “realismo machadiano” (TEIXEIRA, 1988, p. 08).
Desta forma, segundo o mesmo autor, as obras da primeira fase não o livrariam do acanhado Romantismo, mesmo sendo um exercício para a segunda fase. Mais adiante afirma ser o romantismo machadiano convencional, mas sóbrio, sem excessos e exageros sentimentais, sendo razoavelmente moderado.
Já para Alfredo Bosi (1994) afirmar a existência de dois Machados seria incorreto, pois mesmo a primeira fase apresentando-se como menos consistente não deve ser denominada romântica e sim melhor se diria “de compromisso”.
O “não ao convencional” retrata o estilo de Machado de Assis e isto o faz genial desde o início de sua produção. Romances e principalmente os contos da fase de aprendizagem já revelam a consciência do fazer literário que vai além do enredo que, por vezes, põe em cheque o código romântico alcançando o seu ponto alto na obra de transição Memórias Póstumas de Brás Cubas.
No período de 1864 a 1878, Machado de Assis colabora com sua produção de contos no Jornal das Famílias (1863 – 1878) uma publicação a serviço dos interesses das famílias brasileiras, mais especificamente voltado à leitura da