Crise de Weimar

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Em 1918, uma sucessão de revoltas operárias precipitou a abdicação de Guilherme II e o estabelecimento do regime republicano. No final da Primeira Guerra, a Alemanha estava arrasada e o seu povo humilhado.
Pelo Tratado de Versalhes, assinado em Junho de 1919, as potências aliadas impuseram-lhe condições draconianas. Nestas condições surgiu a República de Weimar: esta frágil República, surgida das cinzas da guerra e do império, num país sem tradições democráticas, enfrentando uma inflação galopante e uma crise econômica agravada em 1929 pela Grande Depressão, contou, desde o início, com a feroz oposição de grupos extremistas, principalmente os nacional-socialistas (que denunciavam a assinatura dos Acordos de Versalhes como uma traição do governo social-democrata) e com a desconfiança e cepticismo da população em geral.
A República de Weimar foi, então, uma experiência republicana intermediária entre o período imperial e o governo nazista, que se caracterizou como uma tentativa de fundação racional de um ideal racional, plasmado em uma constituição, que possuía como objetivo primordial a instauração de um regime democrático.
Em relação à forma de manutenção de poder, nesse contexto, Elias refere-se em algumas ocasiões à "violentização" da vida social como sendo "processos de descivilização", mas sem desenvolver uma discussão sistemática sobre essa noção. A persistência entre os alemães dessa disposição favorável ao uso da força física, e as suas condições sociais de possibilidade, estarão, segundo Elias, na base da generalização da violência nas relações entre os alemães depois da crise da República de Weimar, e entre os alemães e os seus vizinhos europeus a partir de 1939.
Mas, se Hitler triunfou ao destruir a República de Weimar, façanha que outros grupos paramilitares - os Freikorps - não lograram alcançar, foi porque ele foi capaz de apelar às massas e mobilizá-las, em uma situação de crise econômica e social, enquanto os Freikorps permaneceram vinculados à

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