crime do padre
“Não tomarás o nome do senhor teu Deus em vão”
Amor e crime: Defesa de Amaro Vieira, o pároco de Leiria
Autora: Ozélia Reges
O Crime do Padre Amaro, romance anticlerical dos mais ferozes, que chocou a sociedade da época com sua denúncia da hipocrisia social e religiosa, retrata a realidade do personagem Amaro
Vieira, um sacerdote por ‘imposição’ e de Amélia, uma menina de Leiria. Amaro Vieira entrou no seminário por imposição de sua protetora, a Marquesa de Alegros, bem como seu único parente o Tio
João. Amaro após terminar seus estudos e receber o celibato, é destinado à cidade serrana de Feirão.
Não contente pelas dificuldades por qual passava a Capela de Feirão, Amaro se vale do
‘apadrinhamento’ da filha da Marquesa de Alegros e consegue a paróquia de Leiria. Ao chegar em Leiria,
Amaro encontra seu Padre-Mestre, o Cônego Dias e através dele aproxima-se de D.Joaneira e de
Amélia, sua filha. Amaro se vislumbra com o tratamento dado a sua pessoa: boa comida, roupas novas bem lavadas e grande admiração.
A trama proposta pelo escritor Realista desnuda conflitos sociais entre a burguesia e o proletariado; entre a sociedade urbana e a sociedade rural, entre a ideologia conservadora e a liberal e progressista. O romance critica violentamente a vida provinciana e o comportamento do clero através de seus ministros: Amaro, Cônego Dias, Natário e Padre Silvério. Os ministros de Deus são hipócritas, dissimulados e utilizam o nome de Deus para todas as suas falcatruas, “Deus era um amo feroz e furioso” para aqueles que não comungassem de seus pensamentos, enfim utilizavam o nome de Deus em vão.
Nesta hora final de uma rápida e clara discussão estou persuadida de que, na vossa consciência, já está esboçado protagonista a vossa convicção de julgadores. Devemos delinear a conduta do
e ao mesmo tempo transformar o sentimento de repulsa e de condenação, em um
sentimento de clemência e de piedade.