crianca
“Se não vejo na criança, uma criança, é porque alguém a violentou antes. O que vejo é que roubou de tudo que lhe foi tirado” (RIZZINE, 2000). 1. APRESENTAÇÃO A discussão acerca da violência doméstica praticada contra a população infanto-juvenil vem sendo alvo de acirrados debates na sociedade moderna. No entanto ela não é uma questão característica de nossa época, pois em toda a história do Brasil, por meio da educação transmitida pelos adultos às crianças e aos adolescentes, podemos constatar que a violência esteve sempre presente. Sendo assim, desde o período colonial a criança e o adolescente sofrem com os maus-tratos praticados pelos adultos. Define-se a violência Intrafamiliar: quando existe laço familiar, biológico ou não, ou relação de responsabilidade entre vítima e autor/a da violência. Quando ocorre no espaço onde reside a família, é chamada também de violência doméstica. Na contemporaneidade não é diferente, uma vez que a violência domestica ainda é um apanágio da nossa época, legitimando-se com a principal causa da morte de crianças e adolescentes. Essa população tem seus direitos básicos constantemente ameaçados e violados, como acesso à escola, saúde e aos cuidados necessários para o seu nascimento e desenvolvimento sadio e harmonioso. Segundo os dados da UNICEF (1998), 36,4% dos adolescentes na faixa etária entre 15 e 17 são vítimas de óbitos por homicídios envolvendo a violência doméstica.
O medo de denunciar episódios de violência cometidos principalmente pelas pessoas que deveriam proteger as próprias crianças e adolescentes, tais como os pais, familiares, cuidadores e pessoas que detém o poder sobre estas, bem como a aceitação social da violência contra crianças e adolescentes utilizada como justificativa de “educar”, nos levou a propor esse projeto que pretende prevenir tais práticas.
Conforme a demanda observada