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a) Finis operantis
Nossos intelectuais, em sua maioria, não assumem uma postura crítica diante as doutrinas e ideologias apresentadas, simplesmente se deixam persuadir por palavras rebuscadas, “argumentos sedutores”, mesmo que estes sejam contraditórios ou não façam nenhum sentido. Esta busca por “status” pode ser vista também no âmbito trabalhista. Para HOLANDA, o brasileiro não busca no trabalho nada além de sua própria satisfação, é o que chama de “finis operantis”. Em outras palavras, se preocupa mais com realização pessoal do que com o resultado da obra (finis operis). Reflexo disso, é a explosão de carreiras liberais e pessoas procurando exercer cargos que não condizem com sua formação, principalmente no funcionalismo público.
b) O sentido do Bacharelismo
Sobre a praga do bacharelismo, destaca que ela se dá principalmente pela influência de nossos colonizadores, os portugueses. Para tanto, lembra que na “mãe pátria” em quase toda a sua história, uma carta de bacharel valeu quase tanto como uma carta de recomendação nas pretensões a altos cargos públicos.
“O que importa salientar aqui é que a origem da sedução exercida pelas carreiras liberais vincula-se estreitamente ao nosso apego quase exclusivo aos valores da personalidade [...] não é outro, aliás, o motivo da ânsia pelos meios de vida definitivos, que dão segurança, estabilidade, exigindo, ao mesmo tempo, um mínimo de esforço pessoal de aplicação e sujeição da personalidade, como sucede tão frequentemente com certos empregos públicos”
c) Como se pode explicar o bom êxito dos positivistas
O positivismo se fortaleceu no Brasil e em outros países latino-americanos colonizados por europeus por nossa propensão (devido às influências ibéricas) a aceitar dogmas aparentemente indiscutíveis. Os positivistas brasileiros ostentavam virtudes como a probidade (retidão), sinceridade,