CRER
Eunice da Silva Emidio*
1. Introdução
“[...] O cinturão de ferro do terror total elimina o espaço para essa vida privada, e que a autocoerção da lógica totalitária destrói a capacidade humana de sentir e pensar tão seguramente como destrói a capacidade de agir” (Hannah Arendt). Crer, obedecer e combater, pilares seguidos pelo totalitarismo, regime instaurado em alguns países da Europa nas primeiras décadas do século XX, no qual o ser humano perdia por completo sua autonomia, agindo segundo os preceitos de um líder, quem era idolatrado. Essa dominação foi possível graças a características essenciais deste modelo político-governamental, tal qual o corporativismo, o expansionismo (espaço vital), o nacionalismo exacerbado e a crença na superioridade da raça ariana.
2. A Espanha totalitária
Em 1929 eclodiu um fenômeno que ficou conhecido como “Grande Depressão”, no qual o sistema capitalista e liberal sofreu a maior crise de toda a história. A Espanha também foi afetada por esse abalo econômico, fato que levou a um aumento nos índices de desemprego, desencadeando uma significativa queda na qualidade de vida da população. Esta por sua vez resolveu manifestar-se por meio das eleições municipais em 1931 elegendo os candidatos republicanos (Frente Popular) na maioria das províncias espanholas, levando ao fim da monarquia parlamentar e ao exílio do rei Afonso XIII. A República, então, foi proclamada.
Uma serie de mudanças foram estabelecidas pela nova Constituição: a separação entre Estado e Igreja, reforma agrária, ensino laico, liberdade de expressão, além de modificações nas leis trabalhistas. Estas transformações impulsionaram as rivalidades entre as elites, que apoiavam a volta do regime monárquico, e as classes populares.
Igreja, burgueses e exército apoiaram então, o general Franscisco Franco quem liderou uma rebelião contrária à República. Iniciou-se então, em 1936 uma sangrenta e violenta Guerra Civil