Cotidiano, Chico Buarque de Holanda
Gênero Popular – Música Popular Brasileira
Vocal e instrumental
Chico Buarque compôs a canção “Cotidiano” em 1971 e, como na maioria das músicas do compositor, estava num contexto de ditadura militar, o que muito ajuda a compreender as suas letras, pois quase todas têm uma pontinha de crítica, disfarçadas para escapar da censura.
A música relata uma rotina. As estrofes parecem todas encaixadas sobre uma mesma fôrma, inclusive com versos semelhantes, e repete várias vezes, sempre começando do início e continuando na mesma ordem. E, o mais interessante, começa de manhã, depois vai pra hora do café, depois o almoço, a volta do trabalho e a hora de dormir. Parece tudo parte de uma cadeia sem fim que é a rotina. E não uma rotina qualquer. Chico aproveita para denunciar a opressão sobre a população em plena ditadura.
É o retrato de um sentimento nacional, da vida asfixiada, sufocada, do povo sob o regime militar. Não havia encanto nenhum na vida do casal, tudo parecia pré-determinado. O casal era composto por um homem que sustentava a casa e mulher que atendia aos seus anseios, isto é, aquele velho modelo desgastado do cotidiano, sem espaço para rompimentos.
No que se refere à musicalidade, nota-se claramente a regularidade dos versos, marcado por uma batida linear de três tempos, que não leva a refrões ou qualquer outra alteração sonora. Caracterizando uma harmonia musical.
Instrumentação:
Violão/guitarra - cordofone
Piano/teclados - cordofone (de teclas)
Baixo - cordofone
Bateria - idiofone percutido(pratos) e membranofone percutido (tambor)
Realejo(gaita) - aerofone
Acordeon - intrumento de teclas
Flauta - aerofone
Percussão - idiofones percutidos e membranofones percutidos.
O que marca a MPB é a criação nacional, com instrumentos presentes na cultura brasileira de origens afro e europeia. Nesse sentido, um estilo musical que engloba misturas etnicas de todo o povo brasileiro. A MPB surgiu mediante o fim da bossa nova.