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ANTROPOLOGIA JURÍDICA
Brasil, origem do racismo, influências e atual momento de revisão: a importância das cotas raciais como ação positiva contra a desigualdade racial,
1. Raça e Genética
É possível falar em raça única, pura, principalmente no Brasil? Para a Antropologia Biológica (Gomes, 2008, pág. 17), o homem é visto e definido como um ser da natureza que evoluiu, fisicamente, desde seu surgimento há 200 mil anos até as condições atuais. Diferenças? “[...] A não ser aquelas derivadas de adaptações físicas aos quatro cantos da Terra.” Ou seja, ao longo da história, e de sua evolução, a raça humana adaptou-se ao lugar e às dificuldades que encontrou pela frente, estes, sim, as causas das diferenças históricas tão controversas. “[...] A antropologia evita usar o termo raça, por não acreditar na sua viabilidade como explicador de diferenças ou de semelhanças culturais entre os homens” (Gomes, 2008, pág. 86). Todos viemos de uma única raça, a humana, mas esse é um sentimento ainda a ser consolidado.
No passado, correntes ideológicas apropriaram-se de elementos da Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin (1809-1882) para afirmar e defender a superioridade racial europeia e caucasiana a partir da ideia de que raça era uma entidade válida que corresponderia a formas de evolução diferenciada do homem. Franz Boas (Gomes, 2008, pág. 86) combateu essa ideia de que as diferenças de raças correspondem a diferenças, de fato, culturais e que as culturas estão numa linha evolutiva tal como estariam as raças, ou seja, em evolução. Logo, caminham em separado, seguindo caminhos de evolução, mas sem relação da primeira com a segunda. Na prática, as diferenças são ideológicos, de representação do mundo. E a origem dessa questão também influenciou o Brasil, como será demonstrado mais adiante.
No contexto de raça e genética, desponta como problema o racismo, mais ou menos complexo em determinados períodos da história e em certos países, entre eles o Brasil, local da