COTAS P NEGROS
Um pouco de história
O termo conhecido mundialmente como cotas raciais nada mais é do que uma reserva de vagas em instituições públicas ou privadas para grupos específicos classificados por "raça" ou etnia, na maioria das vezes, negros e indígenas. A ideia nasceu na Índia na década de 1930, um país devastado por enorme desigualdade social e as cotas raciais surgiu como uma forma de tentar corrigir ou amenizar o sofrimento de boa parte da população do país que tinham seus direito violados e negados por grande parte das autoridades. As cotas raciais são consideradas, pelo conceito original, uma forma de ação afirmativa, algo para reverter o racismo histórico contra determinadas classes étnico/raciais. Apesar de muitos considerarem as cotas como um sistema de inclusão social, existem controvérsias quanto às suas consequências e constitucionalidade em muitos países.
No final dos anos 1940 e início dos 1950, anos do pós-guerra, a ideia de democracia contrapunha-se ao nazismo e ao totalitarismo. O mundo se unia na rejeição à noção de “raça”. Em 1946, dois anos antes da promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, Jean-Paul Sartre escrevia o ensaio Reflexões sobre a Questão Judaica, no qual afirmava que é o antissemitismo que cria o judeu. Na mesma ordem de ideias, Claude Lévi-Strauss escrevia, em 1952, o seu célebre Raça e História. A Europa se perguntava como fazer para se livrar do racismo e muitos acreditavam que o nosso país pudesse dar a resposta. Democracia Racial: mito ou utopia possível?
Estava o Brasil envolto naquele clima de luta contra o totalitarismo e o racismo quando Abdias do Nascimento – o fundador do Teatro Experimental do Negro (ten) e grande líder do movimento