Cotas Raciais
Instituto de Ciências Sociais Aplicadas - ICSA
Ana Carolina Trolezi Braga
COTAS RACIAIS: Uma medida paliativa, porém urgente e atrasada.
Varginha-MG
2013
Resumo
A Lei Áurea, assinada em 1888 pela Princesa Isabel, libertou os negros da escravidão. Porém, o que se vê é que ainda hoje estes sofrem com preconceito, cabendo a eles os cargos e salários mais baixos, menos acesso à educação e o status de mais pobres e marginalizados. A partir disso, o objetivo deste artigo é apresentar um enfoque histórico do racismo cordial que é vivido no Brasil desde os tempos da escravidão até o presente, expor a maneira segregada que os negros vivem no país no aspecto educacional e apontar argumentos a favor da ação afirmativa que possibilita o ingresso destes, comprovadamente desprivilegiados, às universidades.
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Para adentrarmos no tema proposto, primeiro é necessário compreender o conceito de ações afirmativas. Segundo Gomes, ações afirmativas consistem num “conjunto de políticas publicas e privadas de caráter compulsório, facultativo ou voluntário, concebidas com vistas ao combate da discriminação de raça, gênero, etc., bem como para corrigir os efeitos presentes da discriminação praticada no passado”.
Vale ressaltar que o Brasil foi o último país do ocidente a abolir o trabalho servil.
Jacob Gorender (1991, p.6) vai dizer que a "discriminação racial e pobreza dos dias de hoje se constituíram em critérios historiográficos e conduziram a concluir: a abolição não se realizou.
Mero engodo, a Lei Áurea proclamou o que não houve".
Se até então não havia registros de políticas de Estado em prol da população negra, tais políticas são pautas recentes no Brasil, apenas em 2001. Após a III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata o assunto ganhou mais relevância e repercussão. Na Conferência, realizada na África do Sul, o Brasil e outros países se