cotas raciais em universidades públicas
2.1. Mestiçagem e seus Frutos na Sociedade Brasileira
Tem-se que a mestiçagem é, sem sombra de dúvidas, o mais relevante traço da cultura brasileira, com efeitos sociais, políticos e históricos incontestáveis na sociedade atual.
Nesse sentido, é que Souza Filho apud Azevedo (1987, pp. 59-60) leciona que:
A miscigenação biológica que juntou populações de indivíduos africanos, indígenas autóctones e europeus, e que resultou nos diferentes tipos antropológicos humanos que formam a atual sociedade brasileira, é, de fato, o elemento fundador do nosso país.
O Brasil é, de fato, um grande país, já muito relevante no contexto mundial, tanto economicamente quanto culturalmente, mas ainda com enormes potencialidades e oportunidades para afirmações gradualmente maiores e mais importantes do que as que aqui serão mencionadas.
Existem muitas ópticas e matérias para abordarem-se no Brasil, mas a que merece agora análise imediata é justamente a característica cada vez mais marcadamente multirracial e multicultural do povo brasileiro.
Sabe-se que no fim do século XIX e início do século XX, era negável a mistura de raças entre os povos brasileiros. Dentre as justificativas encontradas para tal, estava justamente o fato de que cada raça, naquele momento, se encontrava em um nível diverso de desenvolvimento e evolução, impossibilitando a “mistura” de qualquer raça que fosse.
Outra vertente que se pode encontrar justificando o acima mencionado é o fato de que a abolição da escravatura, o extermínio de certas tribos indígenas na Amazônia, e a imigração Européia para o solo brasileiro, serviram, antes de tudo, para o “branqueamento” da população.
Contudo, não demorou muito para começar a se perceberem traços da miscigenação na população nacional, miscigenação essa que se tornaria o elemento fundador da atual sociedade brasileira, quando a mestiçagem passou a ter um valor positivo ao ensejar a unidade do povo brasileiro como produto das