O governo Costa e Silva se caracterizou pelo avanço do processo de institucionalização da ditadura. O que era um regime militar difuso transformou-se numa ditadura que eliminou o que restava das liberdades públicas e democráticas. Costa e Silva assumiu a presidência da República e imediatamente foi intensificando a repressão policial-militar contra todos os movimentos, grupos e focos de oposição política. No campo econômico, o governo Costa e Silva buscou aplicar uma política de desenvolvimento capaz de aproximar os setores médios ao novo regime. Por isso, Costa e Silva convocou os tecnocratas para assumir dois importantes postos ministeriais. Com o apoio deles, o governo desenvolveu o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), que tinha como principais metas conter o processo inflacionário e a retomada do crescimento econômico nacional. Para tanto, o governo empreendeu uma série de mudanças que reduziam o consumo por meio do congelamento salarial e a abertura da economia ao capital estrangeiro. Ao mesmo tempo, os militares favoreceram os trabalhadores especializados de classe média abrindo a concessão de créditos para que essa parcela da população vivesse uma eufórica possibilidade de consumo. No cenário político da época observamos uma interessante movimentação onde apoiadores do regime passaram a se voltar contra o mesmo. Carlos Lacerda, um dos colaboradores do golpe, se uniu a outras figuras políticas da época para formar a chamada Frente Ampla, grupo político que exigia a reinstalação dos governos civis e a preservação da soberania nacional. Entretanto, a extinção dos direitos políticos e o fechamento dos partidos enfraqueceu a continuidade da Frente. Os estudantes passaram a criticar a repressão e o desmando dos militares,que provocou a morte de um estudante incitando um grande protesto contra o regime militar que tomou as ruas do Rio de Janeiro e ficou conhecido como a Passeata dos Cem Mil. O endurecimento do regime também motivou os grupos