Cortiço
2. “Não pregou olho durante toda a noite; saíra e entrara estalagem mais de vinte vezes, irrequieta, ululando, como uma cadela a quem roubaram o cachorrinho.” (Capitulo X, Pagina 79)
3. “E sentiu diante dos olhos aquela massa informe de machos e fêmeas, a comichar, a fremir concupiscente, sufocando-se uns aos outros.” (Capitulo XI, Pagina 98)
4. “E viu o Firmo e o Jerônimo atassalharem-se, como dois cães que disputam uma cadela da rua.” (Capitulo XI, Pagina 98)
5. “E gozou-a, gozou-a loucamente, com delírio, com verdadeira satisfação de animal no cio.” (Capitulo I, Pagina 06)
6. “Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas.” (Capitulo III, Pagina 18)
7. “E o Firmo, bêbedo de volúpia, enroscava-se todo ao violão; e o violão e ele gemiam com o mesmo gosto, grunhindo, ganindo, miando, com todas as vozes de bichos sensuais, num desespero de luxúria que penetrava até ao tutano com línguas finíssimas de cobra.” (Capitulo X, Pagina 81)
8. “Não era a inteligência nem a razão o que lhe apontava o perigo, mas o instinto, o faro sutil e desconfiado de toda a fêmea pelas outras, quando sente o seu ninho exposto.” (Capitulo VIII 51)
9. “Mas, ninguém como a Rita; só ela, só aquele demônio, tinha o mágico segredo daqueles movimentos de cobra amaldiçoada; aqueles requebros que não podiam ser sem o cheiro que a mulata soltava de si e se aquela voz doce, quebrada, harmoniosa, arrogante, meiga e suplicante.” (Capitulo XVII, Pagina 48)
10. Também cantou. E cada verso que vinha da sua boca de mulata era um arrulhar choroso de pomba no cio. (Capitulo X, Pagina 81)