Corrosão de dutos
Demonstrar também é
Gilberto Garbi ggarbi@terra.com.br Há pouco mais de um ano, por exemplo, meu filho, então com 15 anos, pediu-me que o ajudasse na solução de alguns problemas. Mostrei-lhe que se tratava de questões que, direta ou indiretamente, dependiam da aplicação da Lei dos Senos, por ele conhecida. Resolvidas corretamente as questões, ocorreu-me perguntar-lhe se a professora havia explicado por que, em qualquer triângulo, a relação entre cada lado e o seno do ângulo oposto é a mesma. “Não”, disse-me ele. “A professora disse que mais tarde vai provar, mas, por enquanto, devemos utilizar essa lei como uma propriedade dos triângulos.” Essa resposta chocou-me de tal maneira que decidi questionar a escola. Ao marcar uma reunião com o diretor, fui informado de que ele próprio é professor de
Matemática e isso encheu-me de esperanças, mas o diálogo foi decepcionante. Após ouvir minha reclamação sobre a maneira como a Lei dos Senos (e tudo o mais...) estava sendo ensinada – ou seja, “essa é a lei, aplique-a
Revista do Professor de Matemática no 68
Embora eu tenha lecionado Matemática regularmente por cinco anos consecutivos na década de 60, estou afastado das salas de aula há muito tempo e isso talvez explique as surpresas que, vez ou outra, tenho sobre as ideias e métodos atualmente vigentes no ensino dessa matéria.
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que dá certo” – ouvi do diretor do colégio, que é considerado um dos melhores de Curitiba, o seguinte: “Eu compreendo seu ponto de vista, professor, mas o fato é que hoje os jovens não aceitam mais que os professores fiquem diante do quadro demonstrando teoremas”. Eu ainda insisti sobre o absurdo que é fazer jovens, que têm plena capacidade de entender a Matemática dedutiva, apenas decorarem “leis” com as quais resolvem problemas, embora desconhecendo os raciocínios que as justificam. Mas foi em vão.
Revista do Professor de Matemática no 68
Saí da reunião perplexo porque, afinal,