Correntes Sociais Durkheim

484 palavras 2 páginas
No dia 14 de maio de 2014, ocorreu algo extraordinário na cidade de Abreu e Lima, na região metropolitana de Pernambuco. Após uma paralisação da Polícia Militar Pernambucana, centenas de pessoas de todas as idades se aproveitaram da ausência dos militares e agiram de forma violenta contra diversas lojas e estabelecimentos, invadindo-os e saqueando-os.
No calor do momento, mesmo as pessoas que nunca tiveram relação com atividades criminosas ou aquelas que podiam pagar pelo produto roubado viram-se tentadas a pegar tudo o que queriam, sem pensar nas consequências que ainda estavam por vir. Essa atividade perdurou por dois dias, culminando no roubo de diversos eletrodomésticos. Entretanto, nos seguintes dias grande parte desses infratores evidenciou um profundo sentimento de arrependimento, provocando em alguns a perda do sono, do apetite e frequentes crises de choros.
Todo esse comportamento, denominado comportamento de manada, pode ser explicado através do pensamento do sociólogo clássico Émile Durkheim. Em seu texto “O que é um fato social”, este pensador explica o conceito dos fatos e das correntes sociais.
Para ele, um fato social deve conter três características: generalidade, exterioridade e coercitividade. Em outras palavras: ele precisa ser aplicado igualmente sobre todos os indivíduos na extensão social analisada; é exterior aos indivíduos, ou seja, não é criado por eles e sim para eles; e é imposto a um indivíduo por meio de uma coerção externa dos demais indivíduos daquela extensão.
As correntes sociais teriam essas mesmas características dos fatos sociais, mas não são cristalizadas e consolidadas como eles. Elas também são exteriores, gerais e coercitivas, pois não é uma única pessoa que as iniciam, e sim um movimento que se inicia repentinamente e acaba acumulando pessoas que são movidas pelo entusiasmo e pela pressão momentânea.
Percebe-se, portanto, a série de infrações cometidas em Pernambuco como uma corrente social. Isto decorre de os

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