Coronelismo

Indicações sobre a estrutura e o processo do “coronelismo”

O coronelismo caracteriza-se pelo controle e comando da política, concentrada na figura de uma liderança local, o Coronel, montada sobre uma estrutura econômica e social inadequada.

Nesse sistema, havia uma troca de interesses entre os coronéis, os governadores e o presidente. Assim, o poder era executado de forma tranqüila, ou seja, sem atritos entre as partes.

Não se pode compreender essa relação, entre Coronéis e Governo, sem se referir à estrutura agrária do Brasil, que fornece a base de sustentação das manifestações de poder privado ainda tão visíveis no interior do país.

Entretanto, essa relação de privatismo, era alimentada pelo próprio poder público, que possuía uma alta dependência em relação ao líder local. O sistema eleitoral era muito fácil de ser manipulado.

Resultam também do coronelismo, características secundárias como o mandonismo, o filhotismo (ou apadrinhamento), a fraude eleitoral (todos tinham o seu curral eleitoral) e a desorganização dos serviços públicos.

A principal característica da figura do “coronel” é o de liderança. Médicos e advogados, que tinham a maior formação difundida pelo Brasil, cujas características de dedicação e qualidade de comando os habilitavam à chefia, ou eram parentes ou eram aliados políticos dos “coronéis”.

O chefe municipal, depois de construir, herdar ou consolidar a liderança, passa a maior parte do tempo fora de sua propriedade. Só volta ao feudo político para descansar, fazer visitas familiares ou para fins partidários. Geralmente já possui um emprego rendoso na capital do Estado ou da República, um cargo de alto poder administrativo. Em seu lugar ficam pessoas que comandam por ele o município, os chamados lugares-tenentes. No entanto, esse absenteísmo pode trazer riscos, pois quando o chefe ausente se indispõe com o governo, não são raras os abandonos de seus subordinados e muitas vezes orquestradas por ele próprio, em uma