Contratualismo 1

1419 palavras 6 páginas
Thomas Hobbes estabelece como base da condição natural humana a necessidade de entregar seu direito à liberdade a um soberano, uma vez que este será capaz de, tomando as decisões mais acertadas, preservar a vida daqueles que atribuíram a ele este poder. Fica nítida a sua posição favorável em relação à monarquia ou qualquer outra forma de soberania.
O mesmo não acontece na filosofia de Jean Jacques Rousseau, que cerca de 200 anos após os escritos de Hobbes adota em sua política a democracia como forma mais favorável de governo, e uma democracia diferente da dos gregos e latinos, que não admite a escravidão como necessidade natural de alguns incapazes de guiarem corretamente suas próprias vidas. Para Rousseau, a escravidão é imposição por força física, o que não corresponde naturalmente à razão ou moralidade. Isso significa que escravizar o inimigo após vencer uma guerra é ato de injustiça, uma vez que isso seria o mesmo que condena-lo à morte, só que desta vez de uma maneira favorável para o Estado vencedor. Quanto à escravidão de civis de um mesmo Estado, isto deve ser questionado, uma vez que aquele que não detém o direito de gozar a própria vida não tem o poder para ceder direito algum ao Estado.
Hobbes assegura que os homens são todos iguais conforme a sua natureza, e que aspiram às mesmas posses e ideais, e uma vez que algum destes não puder ser gozado por todos, eles viverão em estado de guerra, afim de ou assegurarem o que conseguiram conquistar por força, ou para tentarem conquistar aquilo que ainda não tem. O estado de guerra, para ele, não consiste apenas na batalha ou combate corporal, mas também no risco eminente de que a guerra aconteça. Neste risco, não existe paz.
Isto significa que, para Hobbes, os homens vivem naturalmente e individualmente em estado de risco eminente de guerra, e daí a necessidade do pacto com um soberano. A soberania garante a conservação da vida dos associados a esse pacto, porém, esses “associados” cedem seus direitos a ele.

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