Contra a Perfeição
No primeiro capítulo cujo título é: A Ética do Melhoramento, o Autor traz a tona um dos grandes dilemas da atualidade que é a ética e a moral nos melhoramentos genéticos, Michael J. Sandel explica que o dilema moral e ético surge quando os indivíduos utilizam-se das avançadas técnicas da engenharia genética para melhorar sua capacidade física e/ou cognitiva, deixando assim, de utilizá-las pra curar ou prevenir doenças.
Desta forma, podemos perceber que o dilema gira em torno desse avançado conhecimento genético por permitir a manipulação da nossa própria natureza, a exemplo de melhoramento dos músculos, seleção do sexo, melhoramento da altura e da memória.
Michael J. Sandel demonstra que em relação ao melhoramento dos músculos em atletas, há entre eles um pé de injusta desigualdade em relação àqueles que não são melhorados geneticamente, porém essa desigualdade não deverá ser pautada na questão da justiça, já que as diferenças genéticas sempre existiram, pois sempre houve atletas geneticamente superiores e que jamais julgamos a desigualdade natural da herança genética.
Assim, do ponto de vista da justiça e da igualdade competitiva, as diferenças genéticas provocadas pelo melhoramento não são piores que as naturais, e se o melhoramento genético dos esportes é moralmente censurável, então deverá ser por motivos que vão além da justiça e igualdade.
Em relação ao melhoramento genético da memória, o Autor relata que alguns estudiosos sobre o apontam para o perigo de criar duas classes de seres humanos, aqueles tem acesso às tecnologias e os que por não terem esse acesso precisam se virar para manter sua memória