Contos de Fada
Mara Francischini Guerrero
Universidade Federal da Bahia – UFBA
Dança, improvisação, composição.
Introdução:
Distinguir modos de uso da improvisação em dança é uma questão polêmica e recorrente. ‘A improvisação’ não pode ser tratada como um modo único, monolítico, de organização. Lisa Nelson e Steve Paxton (apud KATZ, 2000) defendem a necessidade de empregar nomes adequados para cada tipo de improvisação. Segundo Nelson e Paxton, improvisação “é uma palavra escorregadia”, muito genérica, exigindo um trabalho de classificação e
detalhamento.
Classificações
auxiliam
nas
observações,
análises
e
entendimentos, pois cada decisão, recorte ou interesse direcionam para alguns modos de uso, delimitados pelas restrições implicadas em suas propostas e desenvolvimentos.
Algumas tendências predominam na relação artista-contexto, seja durante ocorrência da improvisação, e/ou na elaboração de acordos prévios. Essas tendências indicam aspectos e princípios compartilhados, que delineiam agrupamentos por semelhança. Aqui esses agrupamentos serão denominados formas de improvisação, com o objetivo de classificar alguns modos de uso, de acordo com restrições implicadas.
Formas de improvisação:
“Tudo o que brota, brota como forma. Mais adiante, num processo de associação, esta forma ganhará vividez. Forma: atrator de similitudes e parecenças. Forma: passaporte dos existentes” (KATZ, 2005, pp.61). Vou, aqui, apresentar uma versão sobre algumas formas de improvisação, observando-as como associações por semelhança. São propostos dois modos de uso gerais: 1 improvisação sem acordos prévios; 2 improvisação com acordos prévios, que
se subdivide em duas classes: 2.1 improvisação em processos de criação; 2.2 improvisação com roteiros.
2. Improvisação sem acordos prévios
Aqui, serão abordadas improvisações cujos encadeamentos de ações e conexões compositivas ocorrem sem acordos prévios. Os arranjos