continuidade entre arte e historia Salvo Automaticamente
Profª: Ana Portich Estética
O Drama em Família: Continuidade entre Arte e História
Neste texto pretendemos apresentar uma continuidade entre a arte e a história, atentando para a mudança na constituição e no sentimento da familia dos séculos XVI e XVII, através das obras de Philippe de Ariès e Peter Szondi.
As peças de Diderot, O Filho Natural e O pai de Família, juntamente com vários escritos teóricos, diz Szondi, tornaram necessária uma nova referência à discussão sobre a cláusula dos estados, e à refutação de algumas definições da Poética aristotélica.
O desenrolar das discussões sobre a cláusula dos estados, envolvia a exêgese da Poética de Aristóteles, questionava se os gêneros dramáticos deveriam se restringir a determinadas classes sociais, se essa era a intenção do filósofo.
Por exemplo, o caso da tragédia que representa uma história triste, por ser encenada uma ação de caráter elevado, este gênero requeria personagens de condição elevada, assim, tragédias não poderiam ser representadas por burgueses, pelo motivo claro de pertencerem à uma classe inferior. Por outro lado temos a comédia, que via no inferior, nos homens piores, a graça. Pois neles, segundo a cláusula dos estados, existe um feio que é ridículo, causador do riso.
A teoria da cláusula dos estados foi programaticamente combatida. Os burgueses começaram a ser representados em peças sérias semelhantes à tragédia, o que antes não era possível, e com isso uma nova temática familiar passou a ser encenada. Os filhos em casa, os pais preocupados com os filhos, uma sentimentalidade que antes não existia. Diz Szondi acerca das peças:
“[...] não expõe conflitos de classe e sim aquela sentimentalidade pela qual os seres humanos, unidos na pequena familia burguesa, não ousam decidir seus conflitos, senão os reprimem nas lágrimas de comoção e de lamento.” (SZONDI, p. 115)
Nas palavras de Szondi, a minuciosidade das rubricas e das descrições