objeto direto nulo
Linguagem – ReVEL. Vol. 5, n. 9, agosto de 2007. ISSN 1678-8931 [www.revel.inf.br].
OBJETO DIRETO NULO, PRONOME TÔNICO DE 3ª PESSOA, SN ANAFÓRICO
E CLÍTICO ACUSATIVO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO:
UMA ANÁLISE DE TEXTOS ESCOLARES
Solange Mendes Oliveira1 smoliveira18@hotmail.com RESUMO: Investiga-se a freqüência de preenchimento das variantes do objeto direto anafórico de 3ª pessoa, como o objeto nulo, a forma nominativa ele/ela em função acusativa, o SN anafórico, e o clítico acusativo, para verificar se há evidências de uma mudança paramétrica para as posições de objeto direto. Os dados foram extraídos de oitenta e oito textos espontâneos escritos por crianças que cursavam o primeiro segmento (1ª a 4ª série) do ensino fundamental entre os anos 2002 e 2006 e tinham entre 6 e 10 anos. Buscam-se, também, os contextos lingüísticos que atuam na realização das variáveis. Trabalha-se com as hipóteses de que o objeto nulo é a variante preferencialmente usada pelas crianças; o clítico acusativo só começa a aparecer nos dados extraídos dos textos das séries finais, por influência da ação normativa da escola; o uso do clítico acusativo e do pronome tônico está condicionado ao traço [+animado,
+específico/referencial] de seu antecedente, enquanto o do objeto nulo e do SN anafórico, ao traço [-animado, +específico/referencial] de seu referente. Para a análise dos dados, segue-se a proposta de Kato e Tarallo (1988), rediscutida em Kato (1999b), que une a Sociolingüística de
Labov (1972) à Teoria Gerativa de Chomsky (1981), resultando na Variação Paramétrica ou
Sociolingüística Paramétrica.
PALAVRAS-CHAVE: objeto nulo; pronome tônico ele/ela; SN anafórico; clítico acusativo.
INTRODUÇÃO
Entre as mudanças ocorridas no português do Brasil, desde a chegada da língua portuguesa a solo