Contexto urbano da cidade de João Pessoa
João Pessoa foi fundada no ano de 1585, às margens do rio Sanhauá, afluente do rio Paraíba, e, até meados do século XIX, sua dinâmica urbana ainda estava restrita ao seu casco original. Assim, com um crescimento urbano lento, foi apenas a partir de 1855, que a cidade se expandiu em áreas distintas: 1. Ocupando a parte superior da colina, junto à Lagoa, Parque Solon de Lucena, onde se localizavam bairros voltados para classe alta; 2. Ao longo do caminho para o interior, em Vila das Barreiras (atual município de Bayeux); 3. A área indígena da Ilha do Bispo que se transformou gradativamente em um bairro popular; 4. Às margens do caminho para Recife com bairros populares como o Cordão Encarnado, e ainda segmentos de áreas da classe mais abastada, como a Trincheiras.
Consoante Sá (2009), foi apenas no início do Século XX que ocorreram transformações no tecido urbano de forma mais incisiva, a partir da necessidade de gerir as cidades sob o princípio da higienização, como também pela busca de traços modernos que dariam um aspecto de ambiente civilizado. De acordo com Vidal (2004), nesse período, a cidade era marcada por pouca expressividade urbana:
“A capital paraibana no século XX em descompasso com os ventos da modernização urbana. Uma cidade pequena, com uma malha urbana ainda reduzida, concentrada nos arredores do seu núcleo original de fundação, guardando feições nitidamente coloniais no desalinho das ruas, na falta de continuidade entre as edificações, na pavimentação escassa, tal qual a imagem descrita pelo engenheiro militar João Claudino de Oliveira Cruz em 1889, uma “boa terra” onde “tudo falta” sem abastecimento d’água, sem energia elétrica, sem saneamento, sem limpeza urbana, como que adormecida num longo sono de desenvolvimento urbano desde sua fundação”. (VIDAL, 2004, p. 17).
Somente 334 anos após sua fundação, em 1920, que a cidade passa a ter a rede de distribuição de água ao mesmo tempo em que instalam