Consumo e sociedade
Consumo, segundo o antropólogo argentino Nestor Canclini, pode ser definido como o conjunto de processos socioculturais nos quais se realizam a apropriação e os usos dos produtos para atender às necessidades de sobrevivência humana.
A atividade de consumir passou a ser o ponto central da existência humana quando a capacidade de 'querer', 'desejar', 'ansiar por' e, particularmente, de experimentar tais emoções repetidas vezes passou a sustentar a economia mundial. Inúmeros autores dedicaram seu tempo a estudar o fenômeno da globalização e sua relação com o consumo. Destacamos, em especial, o geógrafo brasileiro Milton Santos que considera a existência de pelo menos três mundos num só. Quais seriam esses três mundos e como se dá o fenômeno do consumo neles, é um dos temas do livro Por uma outra globalização: do pensamento único a consciência universal.
Globalização e Consumo
A publicidade e a propaganda assumem papel determinante nesse modelo global de mercado. Nesse contexto, a produção passa por transformações que alteram a maneira como o sujeito se relaciona com os outros, consigo mesmo e com a mercadoria. Essa última relação é abordada por Carlos Drumond de Andrade, no poema Eu,Etiqueta. As palavras do poeta tão bem dispostas levam a reflexões importantes que culminam na pergunta: Você é uma coisa?
A busca por definições de padrões no que diz respeito ao corpo transforma- se numa corrida rumo ao consumo. A mídia trabalha para que a sua produção de imagens chegue ao indivíduo de maneira que legitime e afirme não só o consumo, mas também os modos de sociabilidade - uma espécie de orientação sobre como viver e se relacionar em sociedade - nelas inseridos. Para isso, a mídia ensina o que, onde, quando e como consumir. Mais: ensina como devemos ser. Por meio de suas representações, o indivíduo pode se reconhecer como protagonista das imagens, espelhando-se nos modelos apresentados, fazendo da imagem midiática algo a ser copiado.
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