CONSUMIDOS
Um grande cientista, o maior de todos os tempos, depois de muitos anos de pesquisa chegou a conclusão, e ele poderia provar através de uma fórmula matemática que o ser humano precisava de certos “itens”, ideias, objetos que seriam imprescindíveis para viver. Era uma questão de necessidade e estava comprovado através da fórmula. Então, isso significava dizer que o indivíduo não mais poderia viver sem a referida coisa.
Assim, ao provar suas conclusões, ele desenvolveu um método, uma técnica para avaliar se alguma coisa já existente era realmente necessária, vital para o ser humano.
Era algo como ser capaz de traçar o perfil do potencial de venda de qualquer produto lançado ou recém lançado no mercado. Assim, através da confirmação da fórmula, ele poderia afirmar se tal coisa era obrigatória a sociedade, o que induziria o ser humano a comprá-la.
E foi um grande rebuliço, um alvoroço só, todas as grandes empresas, as agencias de publicidade, dos governos, dos ministros religiosos, enfim, de todos que queriam descobrir o método para controlar e manipular a vontade das pessoas, depois que o selo oficial estampou algumas marcas que só alguns felizardos poderiam obter, a situação tornou-se sem precedentes.
Foi mais ou menos assim que aconteceu com Eduardo, colegas de trabalho da academia, alunos, todos elogiaram sua aquisição, e comentavam dessa “maravilha da tecnologia”: além de telefone é máquina fotográfica e também computador; possibilita o acesso à internet; possui GPS integrado; pode carregar e-books, ler e enviar e-mails, etc, etc, etc.
Eduardo ficava cada vez mais impressionado com sua inteligência, a fórmula atestou, aquele aparelho era imprescindível para sua vida, ele felicitava-se por tê-lo comprado (na verdade a inteligência e senso de oportunidade foi de quem vendeu o aparelho).
Realmente Eduardo foi fisgado, e ele viveu aquele sonho durante um semestre.
E passado esse tempo, Eduardo ainda continuava feliz com seu aparelho, mas aqueles que