CONSTRUÇÃO DA NAÇÃO BRASILEIRA NO SÉCULO XIX
Antes da chegada da corte portuguesa em 1808, não existia unidade no Brasil. Em outras palavras, a população não possuía um sentimento de nacionalidade e de patriotismo; e não existia unidade nem em relação às questões territoriais.
No território colonial brasileiro existiam vários núcleos coloniais sem unidade política e econômica. Alguns desses núcleos se comunicavam diretamente com a metrópole em Lisboa, sem qualquer comunicação feita com a sede da colônia no Rio de Janeiro.
Com a chegada da corte portuguesa em 1808, o país teve seus portos abertos após três séculos de isolamento. A transferência da corte portuguesa desencadeou ainda um processo de transformação do tecido urbano e social da cidade, na medida em que foi necessário dotá-la de instituições responsáveis por constituir um aparato de corte.
O passo seguinte, que conduziu à independência do Brasil, ocorreu com a eclosão da Revolução Liberal do Porto (24 de agosto de 1820), que impôs o regresso de D. João VI a seu país, visando a forçar o retorno do chamado Pacto Colonial.
O dia 9 de janeiro de 1822 possui grande valor simbólico na preparação da Independência do Brasil. D. Pedro, motivado pelas manifestações dos habitantes do Rio de Janeiro, não cedeu à pressão que os portugueses fizeram para que voltasse a Portugal, declarando: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, diga ao povo que fico."
Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro proclamou a Independência, tornando-se o primeiro imperador do Brasil. Encenou-se no Rio a fundação da nova nação brasileira na cerimônia da sagração e coroação de um imperador constitucional.
Com a independência do Brasil, começou a surgir um tímido sentimento de nacionalidade, a partir da unificação do território. Todavia, o sentimento de pátria e o sentimento de pertença (como o da identidade nacional) ainda não existiam. Após a constituição do império, o sentimento de nacionalidade ainda era bastante insípido.