Consideração sobre letramento, escolarização e avaliação educacional, de Guilherme Veiga Rios
Guilherme Rios inicia o artigo definindo dois sentidos fundamentais para o termo letramento. O primeiro situa-se no campo de estudos, “num espaço interdisciplinar entre a Educação, a Linguística, a Psicologia e as Ciências Humanas e Sociais em geral.” Já o segundo sentido, configura-se em um processo corrente na vida social, no qual o individuo é exposto diariamente a textos – “sejam painéis de rua, placas sinalizadoras ou de propaganda, avisos, gráficos, livros, artigos formulários, orçamentos, contratos de financiamentos.” Nesse sentido, ele é induzido ao contato com a leitura.
Insere-se também neste segundo conceito, em tudo que o ser humano decodifica em seu dia a dia, nas “falas que tendem a reproduzir a linguagem de textos e que são posteriormente reconhecidas quando individuo lê esses textos.” Esse efeito pode ser explicado quando os pais fazem narrações de estórias infantis para seus filhos, que pela pouca idade ainda não domina um sistema de escrita, mas começa a receber as informações que lhe servirão de suporte para a construção desse sistema em sua mente.
Ao definir os dois sentidos fundamentais o autor menciona o posicionamento dos autores, que analisam o letramento desde 1986 (Kato) ao ano 2000 (Barton e Hamilton).
A primeira ocorrência do termo apareceu com Kato (1986), quando afirmou que o domínio da linguagem escrita culta precede à apropriação da linguagem falada culta. Ela enfatiza as diferenças formais e funcionais entre fala e escrita, por meio do modelo:
Fala 1 > Escrita 1> Escrita 2