Congresso da virada
Bravo (2009) afirma que até 1960 o Serviço Social volta-se, prioritariamente, para os interesses das classes dominantes, não apresentando, até o período, questionamentos relacionados à direção social da profissão. O surgimento de críticas a esta posição não aparece de forma isolada e nem se restringe a um único país, repercutindo em toda a América Latina, principalmente em 1965. O processo de questionamento e elaboração de novas propostas contrárias ao conservadorismo profissional do Serviço Social se inicia em 1960, e tem maior visibilidade a partir de 1965, com o Movimento de Reconceituação na América-latina (BRAVO, 2009). O surgimento do Movimento de Reconceituação expressou um amplo questionamento da profissão, consistindo na “[...] busca de construção de um Serviço Social latino-americano com recusa da importação rigorosa de teorias e métodos alheios à nossa história e na afirmação do compromisso com as lutas dos oprimidos” (BRAVO, 2009, p.682). No Brasil, o processo de crítica se iniciou tardiamente, após o período da Ditadura Militar. Em 1979, ocorre o III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS), conhecido como o “Congresso da Virada”, por ser considerado um marco para o rompimento com o conservadorismo. No período de 1993 a 1996, a Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social (ABESS), juntamente com um significativo número de unidades de ensino do país e docentes, vai liderar um amplo movimento que tinha como objetivo a elaboração de novas diretrizes curriculares para o Serviço Social. Tal proposta tinha como aspectos centrais: “[...] considerar a questão social como foco central da formação profissional; acompanhar os processos que produzem e reproduzem a questão social, ou seja,