Conforto para o rebanho
Bem-estar animal entra na pauta dos organismos internacionais. No Brasil, o Ministério da Agricultura cria recomendações para regulamentar a questão, preparando o País para as barreiras que podem surgir.
O bem-estar animal foi motivo de vários debates no ano passado. A questão ganhou ainda mais evidência em novembro, quando o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou a Instrução Normativa Nº 56 (IN 56 – de 06/11/2008). A Norma estabelece procedimentos gerais de práticas de bem-estar para animais de produção. Tudo indica que em 2009 o tema continuará em evidência, não só no Brasil, mas também no exterior.
Em janeiro deste ano aconteceu ”Conferência Mundial sobre Comércio Global e Bem-Estar Animal de Animais de Produção”. O evento ocorreu em Bruxelas, na Bélgica e discutiu as ações que são desenvolvidas em vários países. O Brasil teve acento garantido na Conferência, com a presença do secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Mapa, Márcio Portocarrero.
Tanto quanto fazer considerações éticas a respeito da relação homem/animal, os participantes do evento estiveram preocupados com questões de comércio. Há uma sinalização dos organismos internacionais no sentido de definir legislações apropriadas a respeito do bem-estar de animais de interesse econômico. Já existe um movimento para se colocar o assunto na pauta da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Segundo a zootecnista Andrea Parrilla, chefe da Divisão de Bovideocultura do Mapa, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) deverá divulgar, em breve, recomendações para os sistemas produtivos de gado de leite. Recomendações da OIE costumam ser o primeiro passo para que os países membros criem normas. A OIE é o órgão reconhecido mundialmente pela OMC para normatizar a questão. O setor lácteo brasileiro, que recém conquistou o mercado externo, ainda que timidamente, e enfrenta os auguras das exigências em qualidade do leite,