Conflitos
Estudo da Fiocruz aponta que, em dois anos, focos de conflito em todo o país cresceram 40%
POR RENATO ONOFRE E TIAGO DANTAS
03/11/2014 7:00 / ATUALIZADO 03/11/2014 15:58
Em São Paulo, o Movimento Sem Teto São Paulo (MSTS) protesta e invade prédio da
Secretaria de Educação - Michel Filho / O Globo
SÃO PAULO - O aprofundamento dos conflitos sociais nos centros urbanos e os impasses ambientais no campo alimentam bombas-relógios prestes a explodir no Brasil. Mapeamento da
Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz) identificou 490 focos de tensão em todo o país, 40% a mais do que foi contabilizado pelo mesmo grupo em 2012.
Desses, 147 (30%) estão em áreas urbanas e afetam diretamente a qualidade de vida da população. Os problemas sociais são um dos gargalos que a presidente reeleita Dilma Rousseff, os governadores e os parlamentares terão que enfrentar nos próximos anos. A dificuldade e o custo para conseguir moradia, a qualidade da mobilidade urbana e dos serviços públicos e a
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demora para resolver conflitos de terra são alguns dos principais pontos de tensão a serem resolvidos. Se, em junho do ano passado, os brasileiros tomaram as ruas em protestos que começaram contra o aumento das tarifas de ônibus e se expandiram em diversas frentes, o país tem agora mais ingredientes nessa panela de pressão social. De demarcações indígenas e quilombolas no
Acre e na Bahia, grilagem no Mato Grosso, impactos de obras de infraestrutura no Rio Grande do Norte e Tocantins até problemas de habitação nos principais centros urbanos, como São
Paulo, Rio, Recife e Brasília.
Algumas bombas-relógios já estão armadas e prestes a explodir, todas ligadas a problemas de moradia, falta de água e aumento do valor das tarifas de ônibus. Nos últimos sete dias, três processos de reintegração de posse terminaram em confronto entre policiais e moradores em
São