Conflitos Fundamentalistas Radicais Muçulmanos e Não-Muçulmanos
1) Contexto Histórico
Depois da Primeira Guerra Mundial, a dissolução do Império Otomano e do califado de Mustafá Kemal Atatürk (fundador da Turquia), alguns muçulmanos sentiram a sua identidade religiosa ameaçada pela influência das ideias ocidentais, como consequência do domínio económico e militar dos países ocidentais. Durante a década de 1960, a ideologia predominante no mundo árabe era o Pan-arabismo que punha menor ênfase na religião e se empenhava na criação de um estado secular socialista, inspirado mais no nacionalismo árabe que no Islão. Uma das figuras de proa desta ideologia foi o sírio Michel Aflaq, o fundador do partido Baath, que estudou na Sorbonne nos anos 30, tempos das lutas ideológicas na Europa. Ficou fascinado pelo Regime nazista, o pangermanismo de Adolf Hitler. Ele cunhou como poucos a ideologia do Pan-arabismo, que pretende a união dos países de língua árabe sob um comando único.
2) Identificação dos grupos envolvidos
Os fundamentalistas muçulmanos contemporâneos centram as suas preocupações na questão do governo da comunidade muçulmana ( Umma ) partindo do princípio de que o islão constitui um sistema global e totalizante e que a sociedade deve ser islâmica na sua estrutura e no seu funcionamento. O processo de transformação do islão num sistema ideológico insere-se num contexto histórico específico que permitiu ao pensamento islâmico deslocar-se do campo teológico para o social e apresentar-se como sistema sócio-político próprio – é nesse sentido que os islamistas exigem a implementação de regimes islâmicos. Os grupos fundamentalistas que proliferam no mundo islâmico desde há cerca de três décadas partilham o objectivo de criar um Estado teocrático numa sociedade convertida aos valores do islão. Contudo, subsistem assinaláveis diferenças quanto aos meios que aqueles grupos advogam para a concretização de tal objectivo. Alguns especialistas defendem que se deve fazer a