Confiança e modernidade
Giddens distingui dois compromissos: os compromissos com o rosto e os compromissos sem o rosto:
Os compromissos com o rosto são aqueles que teriam relações verdadeiras mantidas por conexões sociais de co-presença.
Um exemplo é a desatenção: quando duas pessoas se aproximam e se cruzam numa mesma calçada. Isso pode acontecer milhões de vezes ao dia. A desatenção, neste caso não pode ser compreendida como indiferença. Ela é uma demonstração da confiança presumida em encontros regulares com estranhos em lugares públicos. Ela envolve o uso do rosto e o emprego de uma postura corporal que quer dizer “você pode confiar que estou sem intenções hostis”.
Já o compromisso sem rosto é o desenvolvimento da fé nas fichas simbólicas e nos sistemas peritos (onde é denominado de sistemas abstratos)
Confiança e Sistema Abstrato
Existem duas modalidades de confiabilidade:
Aquela estabelecida entre indivíduos que se conhecem bem e que, baseados num relacionamento de longo prazo, substanciaram as credenciais que tornam cada um digno de confiança aos olhos do outro” e a outra é aquela proveniente dos mecanismos de desencaixe. Em certas circunstancias, ela não pressupõe encontro algum com indivíduos ou grupos responsáveis. Embora todos saibam que o verdadeiro alvo da confiança são os sistemas abstratos, os pontos de acesso recordam que as pessoas de carne-e-osso é que são os seus operadores. Mais adiante, o autor indaga porque os peritos mantêm oculta boa parte do que eles fazem. Apresenta, a seguir, as possíveis razões:
A necessidade de ambientes especializados e de concentração mental para o exercício da perícia: o que é difícil de conseguir a vista do público.
Aqueles que trabalham nos pontos de acesso procuram minimizar o mais possível. Ex: os pacientes não poderiam confiar de modo suficiente na equipe medica