Conclusões Hermano Vianna
Conclusões
Em 1994, a Mangueira elabora seu enredo fazendo homenagem aos músicos baianos Gilberto Gil, Gal Costa, Caetano Veloso e Maria Bethânia. Ao passo que Vianna elabora uma questão: “Estaria a Mangueira deixando de lado a ‘pureza’ do samba para se aproximar da ‘geleia geral’[...]?”
O carnaval carioca ainda é a festa nacional “por excelência”, Caetano Veloso uma vez declarou que “a Mangueira, [...] o Rio de Janeiro, representam a unidade nacional”. Longe de menosprezar outras áreas do Brasil, Veloso afirma que o Rio de Janeiro tem mais condições de atuar como representante da unidade brasileira do que qualquer outra cidade.
O caminho da unidade nacional, a miscigenação é a nossa principal característica, nossa grande particularidade. É um caminho diferente e que deve ser preservado. Há dois caminhos de se “organizar” ou “pensar” a cultura: o caminho da heterogeneidade (onde as diferenças estão claramente definidas) e o da homogeneidade (onde a indefinição contamina, mas não extingue o heterogêneo).
A partir deste momento, Vianna começa a explorar as consequências que a escolha do “caminho da homogeneidade” pode vir a ter. A princípio, afirma que este caminho possa acarretar numa forte desconfiança com relação a toda diferença que tente se expressar com mais vigor. A homogeneidade parece ser extremamente frágil, onde uma perturbação mais persistente destruiria para sempre. Numa cultura homogenia, todos os extremos seriam condenáveis, o “indefinido”, o intermediário, seria sempre o melhor caminho.
Porém, como definir uma cultura projetada na indefinição? Gilberto Freyre parecia ter construído sua obra contra a cultura anterior; tudo o que ele elogiava nos portugueses era a fluidez, a possibilidade de mutação constante. Um pensamento que encontrava eco em muitos pensadores e artistas contemporâneos.
Vianna afirma que estes pensadores não viam que o maior “perigo” do “projeto mestiço” seria a possibilidade de resultar em uma sociedade