Conciência Social e Alienação: A ideologia no nivel individual
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Segundo Lane(1984) o sujeito é constituído a partir das relações sociais estabelecidas no meio sócio-cultural ao qual pertence. Um aspecto que evidencia a complexidade do sujeito é o caráter, ao tempo, ativo e passivo desse sujeito. Somos, e precisamos ser, passivos e ativos em nossas relações e no nosso processo de constituição enquanto sujeitos. Ao mesmo tempo em que somos atingidos(ás vezes, invadidos) pelos aspectos pertencentes ao meio, também influenciamos esse meio através de nosso modo de pensar e agir. Somos, então, determinados pelo mundo ao qual pertencemos e também determinamos esse mundo através de nossas ações. No entanto, apesar desse padrão ser comum a todos os sujeitos, existe uma especificidade nesse processo que fará toda a diferença: o "como" se manifesta o caráter ativo do sujeito. Esse ponto que demarca o limite entre consciência e alienação. Caráter ativo não significa obrigatoriamente romper, questionar, transformar(embora também possa ser). O caráter ativo do sujeito, muitas vezes, se expressa através da reprodução do que, passivamente, ele já havia adquirido através de sua relação com o meio. Ele influencia ativamente seu meio, porém, através de sua manutenção e sua perpetuação. Esse padrão indica um nível de alienação presente no sujeito, no qual não se percebe como apto a transformar seu mundo. Por outro lado, o sujeito, após ser determinado pelo meio externo pode reelaborar, questionar, modificar os padrões que "introjetou" e devolve-los ao meio de uma forma diferente da qual recebeu, o que acarreta em uma transformação do mundo, e não apenas reprodução do mesmo. Esse processo indica a manifestação da consciência expressa por esse sujeito, através da qual ele realmente se apropria do que o meio lhe apresenta, interpreta, reelabora e devolve ao meio de outra forma, gerando uma significativa mudança nesse