Concepção do curso de introdução à Filosofia
“Não basta ensinar ao homem uma especialidade. Porque se tornará assim uma máquina utilizável, mas não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto. A não ser assim, ele se assemelhará, com seus conhecimentos profissionais, mais a um cão ensinado do que a uma criatura harmoniosamente desenvolvida.
Os excessos do sistema de competição e de especialização prematura,sob o falacioso pretexto de eficácia, assassinam o espírito, impossibilitam qualquer vida cultural e chegam a suprimir os progressos nas ciências do futuro. É preciso, enfim, tendo em vista a realização de uma educação perfeita, desenvolver o espírito crítico na inteligência do jovem”. (Albert Einstein)
Um curso de introdução à filosofia consiste numa tentativa de se iniciar na compreensão da totalidade do mundo, de “pensar a totalidade”, ou melhor, constitui-se ainda num esforço, num exercício, numa busca do “pensar todas as coisas em função da totalidade”, se é que possível, se não se admite a dissolução da filosofia hegeliana, perseguindo permanentemente a compreensão do real, como uma unidade infinita, exposta, na sua diversidade, o uni(di)verso.
De fato, esta tentativa além de ser a questão principal, a razão de ser de um curso introdutório, constitui-se no seu objetivo básico, essencial.
Não se trata, como bem observa Roland Corbisier, na sua Introdução à Filosofia, Tomo I, p. 55 e ss, Civilização Brasileira, 1983, “de uma introdução, ou de um ingresso, em um recinto fora do qual nos encontraríamos, mas de um emergir, de um despertar, do sono para a vigília, da ignorância para o conhecimento, da inconsciência para a consciência, da “quotidianidade do quotidiano” para a irrupção do infinito no finito”.
A idéia central do curso é simplesmente “provocar o despertar da consciência, e ensinar a pensar filosoficamente, isto é,