normal e patologico
Tinha se o conceito de normal como uma medida qualitativa, na qual se pega o todo da população e aqueles que correspondem a maioria em uma determinada característica é tido como normal, enquanto a dos extremos tidos como patológico. Essa teórica foi defendida por Comte, explicada pela curva de Gauss, na qual o ápice da curva de uma determinada população (onde esta a maioria) é tida como a normal, e os extremas da curva ( o hipo e o hiper) como o não normal, ou patológico.
A partir de 1943 surge George Canguilhem com um novo conceito de patológico e normal, adotado pela medicina contemporânea. Canguilhem propõe um conceito qualitativo para o normal, embasado em alterações vinculadas a homogeneidade e a continuidade, isto é, o normal era visto como aquele que consegue responder ao meio conforme este exige dele. De forma mais grosseira, o normal deixa de ser visto como a “maioria” e sim como aquele que diante de uma alteração do seu meio tem alterações morfológicas e funcionais de acordo com aquele novo padrão, adaptando se com esse novo meio para que possa viver de forma harmônica.
Então, embasado nos conceitos de Canguilhem, a medicina atual faz a avaliação do normal de forma clinica, determinando o normal como aquela a altura dos desvios resultantes do meio que lhe é próprio. Essa avaliação clinica segue conceitos de normalidade, a partir de 9 critérios , sendo esses: Normal como ausência de doença; Ideal: utópico, se tendo como base o sujeito sadio totalmente; Estatística: o mais frequente é o normal, passível de erro pois nem sempre o mais comum é o melhor (por exemplo: os altos índices de obesidade); Bem-Estar: definido pela OMS como o completo bem estar físico, mental e social, não só a ausência de doença (também utópico por ser completo); Funcional: o patológico passa a ser quando se ter a desfuncionalidade, provocando sofrimento ao individuo ou ao seu grupo social; Processo: adaptação aos processos dinâmicos do desenvolvimento,