Conceitos sociológicos a partir da perspectiva marxista
Na teoria marxista, o materialismo histórico pretende a explicação da história das sociedades humanas, em todas as épocas, através dos fatos materiais, essencialmente econômicos e técnicos. A sociedade é comparada a um edifício no qual as fundações, a infra-estrutura, seriam representadas pelas forças econômicas, enquanto o edifício em si, a superestrutura, representaria as idéias, costumes, instituições (políticas, religiosas, jurídicas, etc). A propósito, Marx escreveu, na obra A Miséria da filosofia (1847) na qual estabelece polêmica com Proudhon:
As relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais. O moinho a braço vos dará a sociedade com o suserano; o moinho a vapor, a sociedade com o capitalismo industrial.
Tal afirmação, defendendo rigoroso determinismo econômico em todas as sociedades humanas, foi estabelecida por Marx e Engels dentro do permanente clima de polêmica que mantiveram com seus opositores, e atenuada com a afirmativa de que existe constante interação e interdependência entre os dois níveis que compõe a estrutura social: da mesma maneira pela qual a infra-estrutura atua sobre a superestrutura, sobre os reflexos desta, embora, em última instância, sejam os fatores econômicos as condições finalmente determinantes.
DIALÉTICA
O pensamento dialético está presente em diversas culturas (China, Índia, Pérsia, Mesopotâmia, Egito, Astecas, Maias, Incas, etc.), desde as origens da humanidade. Na Grécia, nasce com o filósofo Heráclito de Éfeso [540-480 a.C.]. Para ele, o universo está em permanente contradição e devir (num eterno vir-a-ser). Segundo Marx, a dialética afirma a unidade inseparável entre a realidadee objetiva e o sujeito que pensa e atua sobre essa realidadee. Não se pode separa a teoria da prática, o dizer do fazer, a realidadee do pensamento, o objeto