Conceitos preliminares sobre liberdade religiosa na obra Carta acerca da tolerância de Locke
Fabrício Fernandes de Carvalho*
RESUMO
O trabalho a seguir trata-se de alguns dos conceitos de Locke sobre a tolerância religiosa, além de uma noção sobre a vida, obra e contexto histórico-filosófico do pensador. Tendo como referência a Carta acerca da tolerância para a exposição dos conteúdos pretendidos, consta-se a presença de idéias em favor da tolerância e respeito pelos diversos cultos e doutrinas das diferentes religiões. Pois no dizer de Locke, cada indivíduo tem o pleno direito de aderir à crença que julgue ser de acordo com a verdade e consequente salvação da alma. Para lançar metas no caminho rumo à tolerância, Locke fez uma distinção entre estado e igreja: ao primeiro cabe a proteção dos direitos naturais do homem; e à igreja, o bem espiritual.
Palavras chave: tolerância religiosa. John Locke. Carta acerca da tolerância.
INTRODUÇÃO
A partir de uma leitura inicial da famosa Carta acerca da tolerância e alguns comentadores sobre dados referentes ao tema em questão, a vida, obra e o contexto histórico – filosófico de Locke, chegou-se ao seguinte trabalho. Pretende-se levantar questões muito relevantes para o período em que Locke viveu. Ele se preocupou em trazer à luz os conceitos de liberdade de consciência, assim como os pensadores iluministas posteriores. Defende a liberdade religiosa como um dos grandes elementos necessários para o caminho da paz e da prosperidade.
A tarefa que se propõe a fazer é traçar os diferentes papéis do estado e da igreja, o que pode ser feito e em que se deve acreditar para que se chegue ao fim das controvérsias entre os que pretendem ter um “profundo interesse” pela salvação das almas de um lado, e os que, de outro, pela segurança da comunidade. Além da questão do estado e da igreja no que diz respeito às devidas funções e a tolerância mútua entre ambos, Locke quer destacar a tolerância religiosa como algo estritamente