Conceitos de Justiça

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A questão do que é justiça ou uma sociedade justa é antiga – com grande influência de pensamento de Aristóteles - e divide opiniões. A abordagem utilitarista não dava a devida importância à justiça, visto que ela não é uma variável importante nos modelos de maximização de utilidade. Já visões alternativas dividem-se em avaliar a justiça pela questão da liberdade dos indivíduos – com expoentes como Amartya Sen e John Rawls - ou pela questão do bem-comum da sociedade – que tem como principalmente expoente Michael Sandel – que valoriza ao máximo as capacitações e virtudes humanas, sendo justa uma sociedade que valorize essas virtudes – arte, ciência, habilidades gerais - em prol do bem-comum. Segundo John Rawls, diferenciando-se da visão utilitarista, que não dava importância à mesma, e do bem-comum, que visava um objetivo geral para o coletivo, uma sociedade justa deve obedecer dois princípios básicos: o princípio da liberdade e o princípio da igualdade de oportunidades e diferenciação. O princípio da Liberdade nos diz que devemos assegurar a máxima liberdade individual, desde que compatível com uma liberdade igualitária da sociedade. Já o princípio da igualdade de oportunidades garante que os bens sociais primários e posições sejam distribuídos uniformemente entre todos, a menos que - pelo princípio da diferenciação – haja certa desigualdade em prol dos menos avantajados. No entanto, para termos um cenário de sociedade justa, na visão de Rawls, existe uma pré-condição: as pessoas não devem saber qual posição social ocupam inicialmente, ou seja, deve haver um véu de ignorância que paire sobre a sociedade. Caso essa condição não seja satisfeita, sempre haverá disputas por defesa ou alteração dos seus interesses e status pré-existentes. No caso do véu da ignorância se confirmar, as pessoas acordariam um contrato social sem saber se estão sendo favorecidas, tornando-se razoável pensar que ninguém saia favorecido ou desfavorecido, ou seja, uma situação