Conceito de perversão
Antes de Freud a palavra perversão era utilizada como um termo de censura, vista como doença, como algo de ordem orgânica, anormal. Chamada pelos médicos da época de aberração resultante da degeneração do sistema nervoso. A sexualidade era mencionada como uma forma de reprodução, algo do instinto do indivíduo, portanto, era considerada perversa toda conduta sexual que não objetivasse a reprodução, já que seria colocada em risco a preservação da espécie. O indivíduo seria considerado um portador de desvio. A perversão era uma patologia.
Freud considera que na atividade sexual do ser humano, existem diferentes práticas sexuais, ou seja, a sexualidade das pessoas ditas normais apresenta uma série de exemplos que não estariam voltados diretamente ao órgão genital, ao ato de reproduzir, práticas que não podem ser tratadas como doenças, porque é da natureza da sexualidade humana, o próprio aspecto perverso. As teorias acerca da sexualidade falavam em instinto sexual, e Freud apresentou o conceito de pulsão, cujo objetivo é a busca pelo prazer, pela satisfação. Logo, certas condutas consideradas perversas se tomado como referencial o instinto, deixam de sê-lo se tomado como referência a pulsão. A perversão é uma condição humana em busca do prazer, deixando de ser vista como patologia, portanto todo sujeito humano é perverso. O que é considerado patológico é a fixação objetal, é o sujeito ficar aprisionado a um determinado objeto, um estado de desprazer, aumentando o estado de sofrimento.
Para Freud, a perversão faz parte do processo da sexualidade infantil. O termo Pequeno Perverso Polimórfico coloca o fato de a criança apresentar diferentes formas de sentir prazer. No entanto, a perversão infantil não pode ser confundida com a perversão do adulto, mesmo que seja o ponto de partida para esta, cada uma mantêm sua especificidade.
A Perversão em Freud e Lacan
O termo perversão tornou-se um conceito para a psicanálise a partir