Comunidades Quilombolas

INTRODUÇÃO

As comunidades quilombolas de Cacimbinha e Boa Esperança, de Presidente
Kennedy (ES), Deserto Feliz e Barrinha, de São Francisco de Itabapoana (RJ), na divisa dos estados do Reio de Janeiro e Espírito Santo, constituem-se locais de preservação de identidade cultural, através das suas Histórias de luta e resistência, até hoje expressadas através dos seus costumes, modo de produção de subsistência, dança, músicas e seus saber-fazer, de maneira que seu modo de vida é transmitido através da oralidade e das experiências com os mais velhos. Verifica se na atualidade, a proposta de interferir de modo formal na transmissão desta cultura, a exemplo da ação “Jonguinho”, no qual o jongo dança tradicional desenvolvida pelos escravizados, é transmitida de modo mais sistemático nas escolas da referida localidade, com a perspectiva de que as crianças e jovens tomem conhecimento desta manifestação e zelem por sua preservação.

As comunidades quilombolas da Região de Itabapoana trazem uma carga de história, cultura e heranças, sobretudo de origem afro-brasileira, que as próprias comunidades têm despertado o sentido da necessidade de preservação, o que mostra, ainda que intuitivamente, a consciência destas comunidades, no que se refere à materialização dos direitos assegurados na Constituição Federal de 1988 como o direito à memória, justiça e à cultura.

A empresa de mineração de capital transnacional, Ferrous Ressources do
Brasil S/A, possui um projeto em implementação que prevê a construção de um mineroduto para a escoação da sua produção extraída do Quadrilátero Ferrífero de
Minas Gerais que passará pela Região do Itabapoama, que inevitavelmente atingirá as comunidades desta região.

Pesquisar os aspectos da realidade social das comunidades do Itabapoana, neste momento apresenta-se como a possibilidade de se elaborar um registro dos seus modos de vida, antes da implantação do minerotuto e seu porto. De modo que, seja possível perceber a