As comunidades quilombolas
Entendem-se aqui, por relações étnico-raciais, aquelas estabelecidas entre os distintos grupos sociais, e entre indivíduos destes grupos, informadas por conceitos e idéias sobre as di¬ferenças e semelhanças relativas ao pertenci¬mento racial destes indivíduos e dos grupos a que pertencem. Relacionam-se ao fato de que, para cada um e para os outros, se pertence a uma determinada raça, e todas as consequências desse pertencimento. Quando estamos face a face com outra pessoa, é inegável que a cor da pele faz com que julguemos quem é essa pessoa, o que ela faz se é inteligente, capaz de ser igual aos outros. Dessa forma, informados por estereótipos, se não estivermos atentos, podemos manifestar, por palavras e gestos, discriminação, desrespeito, desqualificação. Estes julgamentos decorrem de preconceitos. Pessoas negras têm sido vítimas deles. Muitas vezes se ouve que pessoas “desta raça”, os negros, são feios, sujos, violentos ou preguiçosos.
Ciente das desigualdades e discriminações que atingem a população negra, convicto de sua função mediadora entre o Estado, sistemas de ensino e demandas da população na sua diversidade social, étnico-racial, o Conselho Nacional de Educação (CNE) interpretou as determinações da Lei 10.639/ 2003 que introduziu, na Lei 9394/1996 das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a obrigatoriedade do ensino de história e cultura Afro Brasileira e Africana.
A falta de conhecimento das experiências de ser, viver, pensar e realizar de descendentes de africanos e de outras etnias faz com que ensinemos como se nós vivêssemos em uma sociedade mono cultural. Isto nos impede de ter acesso a conhecimentos de diferentes origens étnico-raciais, e ficamos ensinando um conjunto de conteúdos tido como o mais perfeito e completo que a humanidade já teria produzido.
Neste trabalho falaremos um pouco sobre as comunidades Quilombolas. Quilombolas é designação comum aos escravos refugiados em quilombos, ou descendentes de escravos negros