Comunicação e sociedade
Nunca se fez tão necessário, como nos dias de hoje, um estudo minucioso dos efeitos sociais dos meios de comunicação de massa sobre os indivíduos. Pois, a cultura da mídia tornou-se a dominante; substituiu as formas de cultura elevada, como foco da atenção e de impacto. Suas formas visuais e verbais estão suplantando, por exemplo, a cultura livresca e exigindo novos tipos de conhecimentos para decodificá-la. A cultura veiculada pela mídia transformou-se na força dominante de socialização: suas imagens e celebridades substituem a família, a escola e a Igreja como árbitros de gosto, valor e pensamento, produzindo novos modelos de identificação, estilo, moda e comportamento. Com o advento da cultura da mídia, os indivíduos são submetidos a um fluxo, sem precedentes, de imagens e sons dentro de sua própria casa; novos mundos virtuais de entretenimento, informação, sexo e política estão reordenando percepções de espaço, de tempo e anulando distinções entre realidade e representação.
A cultura veiculada pela mídia induz os indivíduos a conformar-se à organização vigente da sociedade, mas também lhes oferece recursos que podem fortalecê-los na oposição a essa mesma sociedade.
Comunicação, sociedade contemporânea e política
A complexidade da sociedade atual e o desenvolvimento da mídia reconfiguram o cenário da comunicação política. Na contemporaneidade, levando em conta o tamanho das metrópoles e as restrições que o capitalismo impõe, é improvável que os cidadãos possam acompanhar o processo de negociação e deliberação. O acesso à informação e ao acontecimento político está, sobretudo, condicionado á atuação da imprensa. Isso não significa que a comunicação interpessoal, transmitida pelos líderes de opinião não exista. Pelo contrário, passou a concorrer com uma intrincada gama de processos comunicacionais, que se inter-relacionam.
A interface mídia/política não assume características sólidas, como um padrão que se